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Comunicação dialógica
A comunicação dialógica é um conceito desenvolvido por Paulo Freire. Segundo o educador, o diálogo é um elemento crucial para problematizar o conhecimento. De acordo com Freire, nos modelos sustentados pela transmissão, não há comunicação; de modo que ele não entende o aluno como um "depósito" de informações.
A partir dessa ideia, muitos autores entendem que a narração é fundamental para a construção de identidades individuais e coletivas, e que o atual contexto digital facilita uma educação democrática, participativa e colaborativa.
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Enfoque sociocultural
O enfoque sociocultural da educação, liderado inicialmente pelo psicólogo russo Lev Vygotsky, defende a tese fundamental de que as relações sociais determinam o desenvolvimento cognitivo e a criação de conhecimento.
Dessa maneira, o aprendizado depende dos vínculos sociais e da transmissão de cultura, que ocorrem, obviamente, através da linguagem, da comunicação e, atualmente, também através das novas tecnologias.
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Ecologia dos meios
O eixo do conceito de ecologia dos meios é o pensamento de McLuhan, entretanto, ao longo do tempo, o termo recebeu contribuições de outros estudiosos.
De forma resumida, a ecologia dos meios se refere a como os meios de comunicação afetam a opinião humana, a compreensão, a sensação e o valor; e como a interação com os meios facilita ou impede nossa sobrevivência.
Dentro de um contexto educomunicativo, esse conceito busca ampliar os conhecimentos socioculturais e incluir uma nova linguagem para dialogar, que facilitada pelas tecnologias. Além disso, pode-se afirmar que esse contexto permite a realização de outro objetivo, o da compreensão das técnicas de comunicação, formas de poder e senso crítico, isso é, colabora, igualmente, na formação de audiências ativas.
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Convergência
A convergência é, talvez, um dos conceitos mais importantes da comunicação associada à educação e vice versa. Em linhas gerais, Jenkins esclarece a ideia de convergência como o fluxo de conteúdo através de múltiplas plataformas midiáticas e o comportamento migratório das audiências midiáticas, dispostas a ir a qualquer parte em busca do tipo desejado de experiência.
Nesse sentido, ela aumenta o acesso à informação, sua velocidade de processamento e distribuição e faz com que apareçam novas linguagens (multimodal e multimídia) e novas formas de conhecer e pensar; de modo que redimensiona as linguagens em seus aspectos textuais, visuais e sonoros, integrando tais elementos à linguagem multimídia.
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Cultura participativa e prosumidores
A cultura participativa ou inteligência coletiva pode ser explicada, citando novamente a Jenkins, como uma das características fundamentais do novo ecossistema comunicativo. O conceito faz referência ao surgimento de uma cultura que converte o usuário das novas ferramentas comunicativas em um construtor de mensagens, e gestor de um entorno participativo, em protagonista ativo de uma produção compartilhada de conteúdos.
Dessa forma, se, há pouco tempo, a pessoa que utilizava as tecnologias da comunicação clássica era chamada de receptor, hoje à que interage com as novas telas chamamos usuária. Se até agora ao conjunto de receptores nos referíamos como público ou audiência, atualmente, aos que utilizam as novas telas denominamos interlocutores.
Essa mudança de paradigma consolida a ideia do termo "prosumidor" (do inglês prosumer), ou seja, hoje, ao consumidor, não se nega possibilidade de ser igualmente um produtor.
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In-forming
Nesse contexto, se desenvolve também o conceito de in-forming que é capacidade de criar e implantar sua própria cadeia de abastecimento de informação, conhecimento e entretenimento.
Essa ideia se refere a uma colaboração individual: você mesmo é o que pesquisa, edita ou escolhe, seguindo suas próprias pautas, a partir de sua própria capacidade e meios. O in-forming é a busca por conhecimento.
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Multi tasking
Conceito multi tasking é a capacidade de realizar várias tarefas simultaneamente; inclusive interagir em várias telas e produzir coisas nelas e a partir delas.
Dentro desse ambiente convergente, essa aptidão poderia ser aproveitada para transformar e adequar o imaginário educativo às exigências de aprendizagem da atual geração.
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Redes
Dentro da educomunicação, Crovi desenvolve o contexto de redes como uma estrutura sistêmica e dinâmica que envolve a um conjunto de pessoas ou objetos, organizados para um determinado objetivo, que se enlaçam mediante uma série de regras e procedimentos e que permitem o intercâmbio de informação.
Nesse sentido, alude a uma aprendizagem que propicia interação através de várias ferramentas pedagógicas, comunicativas e tecnológicas; para que os indivíduos envolvidos participem, se relacionem e colaborem no processo de criação do conhecimento, o que contribui para dar-lhes instrumentos para uma leitura crítica da realidade.
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Sociedade ubíqua
Uma sociedade ubíqua é aquela na qual qualquer pessoa pode disfrutar a qualquer momento e em qualquer lugar de uma ampla gama de serviços.
Dessa maneira, a conexão entre diversas telas permite inúmeras e diversas possibilidades, e entre elas o contato permanente multicanal e convergente (oral, visual, audiovisual e escrito).
Aplicado à educomunicação, esse princípio, segundo McLean, reúne as seguintes características: permanência, acessibilidade, instantaneidade, interatividade, atividades situadas, e adaptabilidade.
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Educação ampliada/expandida
O conceito de educação ampliada se relaciona ao princípio de sociedade ubíqua, visto que se refere a uma aprendizagem contínua, na qual qualquer pessoa, em qualquer momento e em qualquer lugar pode aprender; ou seja, expande a educação também para fora dos muros das instituições acadêmicas formais e assume que todos podem aprender e ensinar.